A Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH) em parceria técnica com a EY Portugal, apoio da Bayer e apoio institucional da Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde e da Portuguese Association for Integrated Care (PAFIC) , uniram esforços em 2024 para a realização da 1ª edição do Barómetro de Integração de Cuidados, cujo objetivo principal é medir a perceção dos profissionais de saúde do Serviço Nacional de Saúde, sobre a integração de cuidados nas suas unidades.
- Perceção de integração de cuidados é moderadamente positiva entre os profissionais de saúde
- Existem diferenças notórias na perceção da integração dos cuidados em função da região de residência
- A maior perceção de integração está relacionada com a elevada diversidade de formações académicas nas várias equipas de trabalho e facilidade de acesso ao email e outros meios de contactos, que facilitam a passagem de informação às diferentes unidades das Unidades Locais de Saúde (ULS)
- A dimensão financeira é aquela que que os participantes têm menos visibilidade, destacando a falta de conhecimento dos custos associados a cada doente e às principais patologias, assim como a perceção de ausência de uma política salarial única e de incentivos dirigidos à coordenação e cooperação entre as diferentes unidades funcionais das ULS
A análise mostra o grau de perceção de integração de cuidados por parte dos profissionais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e identifica as áreas de maior e menor perceção de integração. Agrupados em seis dimensões – clínica, informação, normativa, administrativa, financeira e sistémica -, os resultados da 1ª edição do barómetro revelam que a pontuação geral de integração em todas as dimensões é de 3,02 (em 5), indiciando uma perceção de integração de cuidados moderadamente positiva entre os profissionais do SNS.
A dimensão Normativa obtém a melhor avaliação (3,56 em 5), sugerindo um moderado alinhamento regulatório e procedimental, seguida da dimensão Informação com a classificação global de 3,32 em 5. A dimensão Clínica obteve uma avaliação média de 3,15, mostrando que os profissionais do SNS avaliam de forma ligeiramente positiva a coordenação entre os diferentes prestadores de cuidados de saúde. A classificação para as dimensões Sistémica e Administrativa indicia a existência de margem para melhorar articulação nas Unidades Locais de Saúde (ULS), bem como para melhorar a coesão administrativa e as políticas de gestão de Recursos Humanos do SNS. A dimensão Financeira apresenta a avaliação mais baixa (2,6 em 5), sugerindo alguma preocupação com a gestão financeira e a distribuição de recursos no seio das ULS.
O estudo revela que existem diferenças regionais expressivas na perceção da integração de cuidados, com pontuações mais altas no Norte e no Alentejo e mais baixas no Algarve e na Região LVT (Lisboa e Vale do Tejo). A perceção da integração de cuidados também varia significativamente com base no tempo de operação das ULS, pontuando melhor as Unidades mais antigas do que as estabelecidas em 2024.
Realça-se ainda o facto de diferentes grupos profissionais dentro do Sistema de Saúde terem perceções variadas da integração de cuidados, influenciadas pelos seus papéis e pelas Unidades em que trabalham. Os médicos apresentam a avaliação mais baixa do grau de integração (2,67 em 5), encontrando-se os Assistentes Operacionais no ponto diametralmente oposto, com uma avaliação média de 3,45.
A recolha de dados teve por base um inquérito por questionário, que pretendeu avaliar a perceção do grau de integração dos profissionais de acordo com as dimensões Clínica, Informação, Normativa, Administrativa, Financeira e Sistémica, em 53 itens. O questionário utilizado foi estruturalmente adaptado do Health System Integration Study, tendo apresentado validade e fiabilidade para a realidade portuguesa. Participaram na 1ª edição do “Barómetro da Integração de Cuidados” 6977 profissionais de Saúde do SNS, pertencentes aos diversos grupos profissionais, com representatividade estatística e distribuídos por todas as regiões do País.
Consulte a Infografia.
Os resultados deste primeiro estudo foram apresentados na 13ª Conferência de Valor APAH, no dia 11 de maio de 2024, na Casa das Histórias Paula Rego, em Cascais.
Em 2025, a APAH com o apoio técnico da EY e Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), apoio da Bayer e apoio institucional da PAFIC promoveu a 2ª edição do Barómetro de Integração de Cuidados.
A primeira fase consistiu no envio de um questionário de preenchimento individual e anónimo, que foi enviado por email a todos os profissionais do SNS, com um prazo de resposta até 31 de agosto 2025 e pretendia avaliar a perceção do grau de integração dos profissionais de acordo com as dimensões clínica, informação, normativa, administrativa, financeira e sistémica, através de 53 itens.
Os resultados deste inquérito foram apresentados na 16ª Conferência e VALOR APAH, no dia 7 de novembro, em Vila Nova de Gaia, no Boeira Garden Hotel Porto.
Os resultados da 2ª edição do Barómetro revelaram progresso, mas também uma realidade que ainda precisa de maturação. Esta sessão contou com a participação de Álvaro Almeida, Diretor Executivo do SNS que comentou os resultados do estudo, reforçando que a Integração de Cuidados é um processo em construção, que deve evoluir a partir das equipas e das comunidades.
Consulte a Infografia da 2ª edição do Barómetro de Integração de Cuidados.
Reveja a sessão de apresentação de resultados da última edição do BIC:
APAH apresenta resultados da 2ª edição do Barómetro da Integração de Cuidados



