APAH rejeita a intenção do Governo de relegar a negociação da Carreira para o ano de 2025

Tomámos ontem [1 de fevereiro] conhecimento da intenção do Governo de relegar para 2025 a negociação da carreira de Administração Hospitalar. A proposta de calendário não está fundamentada em qualquer critério objetivo. Não parece ter sido baseada no eventual impacto financeiro da revisão de cada uma das carreiras, nem tão pouco na complexidade relativa de cada um dos processos.

O que é absolutamente verdade é que desconsidera o impacto de cada uma das profissões na nossa sociedade e não releva o tempo de abandono a que cada um dos grupos profissionais tem sido sujeito pelos sucessivos governos. Se estes critérios fossem considerados, a Administração Hospitalar encabeçaria sempre a lista de carreiras a rever de forma prioritária.

Os Hospitais são empresas públicas com orçamentos na ordem das centenas de milhões de euros. São empresas públicas com um enorme impacto social e que contribuem de forma única para o bem-estar e a saúde dos portugueses. São organizações complexas, fortemente especializadas e geralmente referidas como sendo aquelas que necessitam de um maior foco na gestão.

Os sucessivos governos insistem na necessidade de existir melhor gestão em saúde em Portugal mas mantêm os Administradores Hospitalares há mais de 20 anos sem carreira, sem avaliação de desempenho, sem qualquer progressão ou formação contínua. Acima de tudo, os sucessivos governos demonstram uma enorme desconsideração para com profissões que foram (e são) decisivas para o desenvolvimento do Serviço Nacional de Saúde.

Se esta proposta vingar, serão os doentes os mais prejudicados. Sem Administradores Hospitalares a gestão será pior. Os Hospitais serão menos eficientes e menos produtivos. Terão menos margem para investimento e darão menor resposta aos cidadãos utentes do SNS. É incompreensível que o Governo insista na não revisão da carreira, mesmo sabendo que o dano na saúde pública é desta monta.

Não aceitamos este calendário de negociação, exigimos trabalhar de forma enquadrada na lei e faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para que o Governo entenda a importância e prioridade desta carreira.

A Direção da APAH

Lisboa, 2 de fevereiro de 2023