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‘Barómetro de Internamentos Sociais’ revela que +1500 pessoas estão nos hospitais apesar de terem tido alta

A 4.ª edição do BARÓMETRO DE INTERNAMENTOS SOCIAIS [BIS], iniciativa da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares [APAH], com o suporte da EY e apoio institucional da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna [SPMI], contou com a participação de 40 estabelecimentos hospitalares [+7 que na 3ª edição] do Serviço Nacional de Saúde [SNS] e do Serviço Regional de Saúde [SRS] dos Açores, representando cerca de 90% do número de camas das regiões participantes.

O fenómeno dos internamentos sociais tem vindo a refletir um elevado impacto não só no prolongamento da ocupação das camas em ambiente hospitalar, como também no aumento dos tempos de espera para internamentos programados e, consequentemente, na respetiva degradação dos cuidados de saúde prestados à população.

Considerando este impacto, o BARÓMETRO DE INTERNAMENTOS SOCIAIS pretende monitorizar e caracterizar um fenómeno crítico no sistema de saúde português e reforçar a importância de desenvolvimento de soluções conjuntas entre as diferentes entidades envolvidas, de forma a minimizar os impactos e melhorar o serviço de saúde prestado aos portugueses.

BARÓMETRO DE INTERNAMENTOS SOCIAIS 2020

A 18 de fevereiro de 2020 [data referente à recolha dos dados] foram reportados um total de 1.551 internamentos inapropriados [excluindo estabelecimentos psiquiátricos] representando cerca de 8,7% do total dos doentes internados à data.

Os casos de internamentos sociais da presente edição representam um aumento de 87% dos casos face ao ano anterior sendo necessário considerar igualmente o aumento do número de estabelecimentos participantes.

Lisboa e Vale do Tejo e Norte são as regiões com uma maior relevância na distribuição dos casos sociais, sendo responsáveis por 81% do total dos casos a nível nacional.

Os 1.551 doentes internados inapropriadamente apresentam uma demora média de internamento de 77,4 dias, o que significa uma redução de 21% face à edição de 2019 do Barómetro.

Os dois principais motivos de internamentos sociais estão, à semelhança das edições anteriores, associados à falta de resposta da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados [RNCCI], bem como a incapacidade de resposta do familiar ou cuidador. Todavia, a falta de capacidade da Estrutura Residencial Para Idosos [ERPI] é o terceiro motivo dos internamentos sociais.

Com 52% dos internamentos inapropriados do género feminino e 80% acima dos 65 anos, os mesmos representam uma despesa estimada à data de 18 de fevereiro de 2020 de 38,5M€. Por outro lado, as unidades psiquiátricas reportaram 155 casos sociais que representam, por sua vez, um impacto financeiro de 8,1M€. Fazendo uma extrapolação do valor total para um ano dos internamentos inapropriados, é estimado um impacto de cerca de 184M€ para o Estado.

BARÓMETRO DE INTERNAMENTOS SOCIAIS COVID-19

Paralelamente à edição deste ano do “BARÓMETRO DE INTERNAMENTOS SOCIAIS” (dados a 18 de fevereiro de 2020), e tendo em consideração o contexto atual foi considerado pertinente o desenvolvimento de uma iniciativa adicional referente ao “BARÓMETRO DE INTERNAMENTOS SOCIAIS” destinado exclusivamente a doentes com COVID-19.

O objetivo passou por analisar o número de internamentos inapropriados associado a doentes com COVID-19 que estavam, à data de 5 de maio de 2020, com ausência de sintomatologia e elegíveis para alta clínica não apresentando motivos de saúde que justifiquem a sua permanência em ambiente hospitalar.

Com uma participação de 32 instituições, de todas as regiões geográficas a nível nacional [incluindo Açores e Madeira], foram reportados 810 doentes internados com COVID-19, dos quais 147 em internamento inapropriado [apresentando uma taxa de inapropriação dos internamentos de 18%].

Foram reportadas um total de 2.069 camas reservadas a doentes COVID-19, o que representa uma taxa de ocupação de cerca de 39% a nível nacional.

Os episódios sociais reportados estão alocados essencialmente à região Norte [com cerca de 73% dos casos] seguindo-se Lisboa e Vale do Tejo e Centro com 15% e 8% respetivamente.

Por sua vez, os casos identificados são maioritariamente de pessoas com idades iguais ou superiores a 70 anos [77% dos casos]. Com um total de dias de internamentos inapropriados de 2.419 dias, os casos sociais apresentam uma demora média de 16,5 dias de internamento.

A falta de capacidade de familiares ou cuidadores representa o principal motivo de internamentos inapropriados de doentes com COVID-19, correspondendo a 29% dos casos a nível nacional.

A falta de capacidade da ERPI em garantir condições apropriadas de isolamento, assim como o facto de os doentes estarem a aguardar por um teste negativo para poderem ser admitidos na RNCCI, são respetivamente o segundo e terceiro principais motivos dos internamentos inapropriados reportados associados a doentes COVID-19.

Saiba mais sobre a iniciativa BARÓMETRO DE INTERNAMENTOS SOCIAIS e os resultados das edições anteriores