João Urbano liderou, durante a década de 80 e uma parte da década de 90, o programa mais inovador e completo de gestão hospitalar que existiu em Portugal. O seu entusiasmo, profissionalismo e eficácia contaminaram uma vasta geração de Administradores Hospitalares na modernização do recém-criado Serviço Nacional de Saúde.
Pela sua mão, Portugal foi o primeiro País Europeu a aplicar um conjunto de conhecimentos e processos de gestão hospitalar inovadores através da cooperação norte-americana. O mais conhecido dos projectos inovadores foi o que ficou resumidamente designado de GDHs (Grupos de Diagnóstico Homogéneos) que começou a ser implantado entre nós pouco depois de ter tido o seu arranque nos EUA como processo de pagamento prospectivo dos episódios de internamento. Todavia, muitos outros foram postos em prática: relatórios de produtividade por centros de custo, tabelas de ponderação de actos médicos, teste e aplicação do Protocolo de Revisão de Utilização (medição da apropriação de internamentos e dias de internamento), planeamento de altas, classificação de doentes por graus de dependência de enfermagem, racionalização do sistema de recolha e distribuição de roupa e do sistema de distribuição de material consumo.
Assim dignificou e promoveu a administração hospitalar e a carreira que abraçou e ajudou a construir. Sem a sua dedicação, consciência profissional e energia esta obra não se teria concretizado.
O seu horizonte era a modernidade e a excelência. Apesar de retirado há já alguns anos, na gestão diária do nosso Serviço Nacional de Saúde, facilmente nos apercebemos que muita da nossa excelência é parte do legado de João Urbano.