A 17.ª edição do Fórum do Medicamento decorreu no passado dia 21 de novembro, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, e foi dedicada à apresentação dos resultados da última edição do Índex Nacional do Acesso ao Medicamento Hospitalar e à discussão dos desafios do financiamento da inovação no novo modelo das Unidades Locais de Saúde (ULS).
À semelhança das edições anteriores, esta edição do Fórum do Medicamento foi presidida por Francisco Ramos, Professor da Escola Nacional de Saúde Pública e a moderação esteve a cargo de Paula Rebelo, Jornalista da RTP.
O primeiro painel “Financiar a inovação no novo modelo de ULS: Desafios e Oportunidades na Integração de Cuidados” ficou a cargo de Helmut Hildebrandt, Farmacêutico e CEO da OptiMedis que nos veio falar da sua experiência e do trabalho pioneiro desenvolvido na Alemanha ao longo dos últimos 20 anos, com um dos modelos de cuidados integrados mais bem-sucedidos da Europa.
Seguiu-se um debate com a participação de Anabela Isidro, da AICIB, José Fragata, da NOVA Medical School, e Rosa Matos, da ULS São José, onde foram analisados os impactos organizacionais, financeiros e clínicos decorrentes da transformação estrutural do SNS e da integração progressiva dos modelos de cuidados.
A segunda parte do programa foi dedicada à apresentação pública dos resultados da última edição do “Índex Nacional de Acesso ao Medicamento Hospitalar“ – uma iniciativa APAH com o suporte científico da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, sob a coordenação da Professora Sofia de Oliveira Martins e colaboração da Professora Ana Advinha, com o apoio da Ordem dos Farmacêuticos e da Associação Portuguesa de Farmacêuticos Hospitalares – que analisa o acesso à inovação, a gestão do circuito do medicamento e as principais barreiras identificadas pelos profissionais do SNS.
Para comentar os resultados do Índex contámos com a participação de Ana Sampaio, da Plataforma Saúde em Diálogo, Humberto Martins, da Ordem dos Farmacêuticos, Luís Cunha Miranda, da Ordem dos Médicos, Rosário Trindade, da AstraZeneca e Rui Ivo, do INFARMED.
Conheça os principais resultados do Índex Nacional do Acesso ao Medicamento Hospitalar 2025:
- O acesso global ao medicamento hospitalar em Portugal situa-se nos 54%, confirmando a tendência de descida que se verifica desde 2020, ano em que o indicador registava 66%, passando pelos 58% em 2022.
- 100% das instituições classificam as ruturas de medicamentos como um problema grave, com impacto considerado grave em 61% dos hospitais e doentes clinicamente prejudicados em quase um quarto dos casos.
- Em pré-AIM, 80% afirmam que a utilização de novos medicamentos depende sempre da existência de um Programa de Acesso.
- Carga administrativa mantém-se como a principal barreira ao acesso, a par da ineficiência dos processos dos SPMS, apesar do esforço dos hospitais em garantir inovação, proximidade e consulta farmacêutica aos doentes.
- 77% das instituições não monitorizam, para efeitos internos, os resultados das novas terapêuticas, e 71% não possuem mecanismos de reavaliação sistemática.
- Apenas 23% recolhem e utilizam dados de efetividade e segurança em vida real e 84% não dispõem de sistemas integrados capazes de gerar análises de custo-efetividade, limitando a capacidade de avaliação contínua do valor terapêutico.
Conheça em detalhe os resultados do Índex Nacional do Acesso ao Medicamento Hospitalar 2025 consultando o Relatório Final e a Infografia:
Leia aqui o Comunicado de Imprensa.
Reveja o Programa da 17.ª edição do Fórum do Medicamento.
- Francisco Ramos, Chairman
- Paula Rebelo, Moderadora
- Helmut Hildebrandt, CEO da OptiMedis
- Mesa de Debate sobre o tema “Financiar a inovação no novo modelo de ULS”
- Ana Advinha, Escola de Saúde e Desenvolvimento Humano, Universidade de Évora
- Sofia de Oliveira Martins, Faculdade de Farmácia, Universidade de Lisboa
- Mesa de debate sobre os resultados do Índex
- Xavier Barreto, Presidente da APAH
O Fórum do Medicamento é uma iniciativa da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares [APAH] com o apoio da AstraZeneca, que tem como objetivo promover a discussão associada à gestão da tecnologia do medicamento, promovendo a partilha de boas práticas e a procura de soluções concertadas que permitam alcançar os melhores padrões de excelência, qualidade e sustentabilidade na prestação de cuidados de saúde do Serviço Nacional de Saúde.


















