A mais recente edição da revista Gestão Hospitalar (GH) já está disponível para consulta online aqui.
Esta GH anuncia em capa a comemoração dos 40 anos da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares [1981-2021].
Esta é uma edição especial da RGH. Celebramos 40 anos do movimento associativo dos administradores hospitalares. Nós, os administradores hospitalares, devemos orgulhar-nos deste caminho. Para todos nós, deve ser um momento de humildade e reconhecimento. Humildade perante o esforço e dedicação de tantos colegas e colaboradores ao longo destas quatro décadas. Reconhecimento a todos eles por sermos o que somos hoje. Ler esta edição é viver todos o que somos e podemos alcançar.
Existe uma dependência do caminho que seguimos até ao momento atual. Tal como as decisões de hoje irão marcar o nosso futuro. O passado nem sempre foi risonho para os administradores hospitalares e para a sua associação. Contudo, muitas vezes foi luminoso e os administradores hospitalares distinguiram-se dos demais. Marcaram a história da prestação dos cuidados de saúde. Associaram-se a um projeto que também é deles: o Serviço Nacional de Saúde e o sonho da universalização dos cuidados de saúde.
Existe em todos nós a consciência de um caminho inacabado. As desigualdades sociais foram diminuídas, mas voltam a acentuar-se. Os profissionais de saúde optam por novas paragens e desertam as vagas que para eles são criadas. Serviços de urgência encerram episodicamente. Atividade eletiva e urgente é assegurada por prestadores externos. Doentes internados para terem acesso a meios de diagnóstico são transportados para prestadores privados. Para podermos operar recorremos a instalações de terceiros. Os colaboradores do SNS apostam na prestação privada através da ADSE. Poderia continuar. Esta não pode ser a nova normalidade.
O investimento colocado ao serviço do Serviço Nacional de Saúde nunca foi tão elevado. O número de colaboradores nunca foi tão elevado. O que se passa? Que opções foram feitas para chegarmos aqui? Os administradores hospitalares nunca foram um corpo condescendente, nem devem relativizar o momento atual. É hora de salvar o Serviço Público de Saúde. Ninguém nos perdoará o silêncio ou a inação.
É neste momento da história, ao completarmos quatro décadas do nosso movimento associativo, que os portugueses mais precisam de nós. A descentralização e autonomia gestionária, acompanhada da profissionalização da gestão não são um capricho ou opção. São a essência da solução.
É neste momento preciso que devemos transcender as nossas capacidades para que daqui a quarenta anos, possamo-nos orgulharmos do dia de hoje.
#Olhar a história, construir o futuro.