Decorreu no dia 29 de junho, pelas 16h00, no Auditório Coriolano Ferreira, na Escola Nacional de Saúde Pública a Cerimónia de Posse dos novos Órgãos Sociais da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH) para o triénio 2022-2025, decorrente do processo eleitoral que elegeu no passado dia 31 de maio de 2022, com 64,3% dos votos, a lista encabeçada por Xavier Barreto e que é composta pelos seguintes associados:
MESA DA ASSEMBLEIA GERAL
Presidente: ALEXANDRE José LOURENÇO Carvalho, Sócio n.º 435
Secretário: MANUELA Fernanda MOTA PINTO, Sócia n.º 196
Secretário: DIOGO Luís Casa Nova da SAUDADE VIEIRA, Sócio n.º 456
Secretário Suplente: TERESA do Carmo Sousa MAGALHÃES Barbosa, Sócio n.º 549
CONSELHO FISCAL E DE DISCIPLINA
Presidente: DELFIM Pereira Neto RODRIGUES, Sócio n.º 54
Vogal: LICÍNIO Oliveira de CARVALHO, Sócio n.º 207
Vogal: PAULO Jorge ESPIGA Alexandre, Sócio n.º 497
Vogal Suplente: EDUARDO de Brito Alçada CASTELA, Sócio n.º 430
DIREÇÃO
Presidente: Agostinho XAVIER Dourado BARRETO, Sócio n.º 549
Vice-Presidente: CATARINA Duarte Galhardo BAPTISTA, Sócio n.º 525
Secretária: RAQUEL dos Santos Almeida CHANTRE, Sócio n.º 579
Tesoureiro: CATARINA Isabel Garcia PAULINO, Sócio n.º 693
Vogal: BRUNO Domingues MOITA, Sócio n.º 447
Vogal: JOANA Oliveira Martins XAVIER DA CUNHA Campos, Sócio n.º 429
Vogal: SANDRA Luísa Pita de OLIM, Sócio n.º 354
Vogal Suplente: DANIEL Alexandre Galiano GALVOEIRA, Sócio n.º 655
Vogal Suplente: LEANDRO Frederico Fonseca Antunes LUÍS, Sócio n.º 536
Na ocasião o novo Presidente da APAH, Xavier Barreto dirigiu-se a todos os associados e individualidades presentes:
“Boa tarde a todos,
A posse de uma nova Direção constitui sempre um momento de renovação, de expectativa e de esperança na vida de uma Associação. A nossa primeira palavra é por isso de agradecimento aos colegas que acreditaram e confiaram no nosso projeto. Quero dizer-vos que, ao longo dos próximos 3 anos, tudo faremos para estar à altura do mandato que nos entregaram.
Agradeço também ao Alexandre Loureço e a toda a Direção cessante (Delfim Rodrigues, Bárbara Carvalho, Eduardo Castela, Vera Almeida e Catarina Monteiro, bem como à Sofia Marques, à Alexandra Santos e ao Miguel lopes), que nos últimos 6 anos deram o melhor de si em prol do desenvolvimento da APAH. Caros colegas, caro Alexandre, esta associação deve-vos muito. E eu também, pelo apoio que me deram e pelo que convosco aprendi ao longo do último mandato.
Agradeço ainda aos colegas que se apresentaram como lista alternativa nestas eleições. É preciso coragem para sair da nossa zona de conforto e ter a disponibilidade para nos expormos na defesa das nossas ideias. O meu reconhecimento pela Vossa iniciativa, na certeza de que o facto de termos tido um projeto alternativo tornou o nosso mandato mais claro e reforçado. Temos certamente propostas de caminhos diferentes, mas não tenho qualquer dúvida de que estamos em comunhão no mais importante. E o mais importante, é, certamente valorizar a nossa profissão e continuar a reforçar o nosso papel no sistema de saúde. Sem boa gestão em saúde, não existem bons cuidados de saúde, não existe resposta aos doentes que nos procuram. O nosso papel é por isso de fundamental importância.
É uma honra e um privilégio poder estar aqui hoje convosco. E o local escolhido não poderia ser outro, a ENSP é a nossa alma mater, o espaço onde todos começamos a nossa caminhada na Administração Hospitalar e se onde somos introduzidos ao espírito de grupo que nos acompanha ao longo da nossa vida profissional. Valorizamos muito a relação com a ENSP e pretendemos estreitá-la nos próximos anos, particularmente no âmbito da formação continua e pós-graduada. Agradeço a calorosa receção à Professora Sonia dias e cumprimento os professores da ENSP, na pessoa do Professor Carlos Costa, meu Director de curso nos anos em que passei pelos bancos da Escola.
Aceitei este desafio por ter a plena convicção de que não estarei sozinho. Conto com uma equipa excepcional que aceitou dividir comigo esta jornada ao longo dos próximos 3 anos. Conto também com os restantes órgãos sociais agora eleitos que serão nossos parceiros nesta caminhada e contaremos, certamente também com o apoio de todos os que se revêm numa Associação forte, interventiva e comprometida com os interesses dos Associados.
A APAH tem um legado a defender. Eduardo Sá ferreira, Santos Cardoso, Lopes Martins, Jorge varanda, Manuel Delgado, Pedro Lopes, Marta Temido e Alexandre Lourenço, e respetivas equipas, construíram uma identidade, uma mensagem sólida e consistente, que é hoje reconhecida por todos. Uma mensagem agregadora dos sectores mais dinâmicos da área da saúde em Portugal e que nos interpela a trabalharmos em conjunto, sem medos e sem preconceitos, para entregarmos os melhor resultado possível aos nossos doentes.
Ser portador desta mensagem, ser representante dos nossos colegas é, para mim, uma enorme honra. Mas é também uma enorme responsabilidade. Iniciamos agora um novo mandato, pleno de desafios para esta nova direção. O nosso compromisso foi expresso durante a campanha eleitoral. As propostas que fizemos não serão letra morta. Serão o guião pelo qual guiaremos a nossa ação.
Tendo a revisão da carreira como ponto central dos nossos esforços, mas sem descurar o investimento em formação e capacitação dos nossos colegas., procuraremos reforçar a proximidade entre associados, criando novos espaços para a partilha de boas práticas e soluções. Procuraremos dar mais visibilidade ao trabalho do Administrador Hospitalar, no sentido de aumentar a sua importância e reconhecimento social. Procuraremos ainda reforçar as parcerias com outras organizações profissionais, mas também com as associações de doentes com quem temos realizado um trabalho muito gratificante e que em breve estaremos em condições de apresentar a todos.
De todos os desafios, nenhum será maior do que o da revisão da carreira. Não é aceitável, à luz da moderna administração pública, que os Administradores Hospitalares continuem privados de uma carreira digna. Não é aceitável que dedicados servidores da causa publica continuem a ser privados das progressões na carreira que lhes são justamente devidas. Não existe qualquer razão para que a nossa carreira não seja revista, à semelhança do que ocorreu com todas as restantes carreiras da saúde.
Nas últimas semanas do mês de maio, tiramos alguns dias de ferias e percorremos vários hospitais de norte a sul do país, conversando com os nossos colegas e divulgando o nosso projeto para a APAH. E devo dizer que fui surpreendido pelo desalento em que encontrei a maior parte dos colegas. Não porque não acreditem no SNS, não porque não tenham um enorme valor, mas porque de alguma forma sentem que o SNS deixou de acreditar nelas. Não podemos ter as chefias nesta situação de indefinição, há mais de 20 anos.
Temos, por isso, uma grande expectativa no processo de revisão da carreira que agora está em curso. Ter Administradores Hospitalares a gerir serviços de saúde é a garantia que necessitamos de ter, quer para garantir serviços de saúde mais eficientes, como para ir adaptando e inovando o nosso modelo de prestação de cuidados. A carreira não pode por isso ser entendida como uma questão corporativa, mas antes como uma necessidade imperativa do SNS, para que funcione melhor e com maiores níveis de eficiência.
Gerir o SNS, obriga a ver muito para lá da folha de excel. É preciso entender a cultura, perceber os processos, saber dialogar com todos os envolvidos, mobilizar vontades e liderar os processos de mudança. Os Administradores Hospitalares juntam a tudo isto o seu inconformismo e o seu sentido critico.
Esse inconformismo, que pode e deve ser aproveitado, não pode ser confundido com falta de compromisso com o SNS. É precisamente o nosso apoio a esta ideia de cuidados universais, gerais e equitativos, que nos obriga a sermos agentes críticos do seu funcionamento. Nunca seremos, como nunca fomos, críticos inconsequentes. A identificação de problemas, têm que ser sempre acompanhados das respetivas soluções.
O serviço Nacional de saúde, está em constante evolução e mudança. É, por definição um projeto sempre inacabado, que necessita de constante inovação e empenho para continuar a merecer a confiança dos portugueses. Autonomia de gestão (acompanhada da necessária responsabilização dos gestores), e valorização dos profissionais do SNS (com criação ode incentivos em função do desempenho), são as mudanças que consideramos como prioritárias. Depois destas, teremos certamente outras. Mas estas são a base que qualquer mudança no SNS e consideramos que são essenciais para continuarmos a ter um serviço forte e responsivo aos nossos doentes. Mesmo com as ineficiências e problemas que existem para resolver, o SNS continua a ser o melhor que a nossa democracia foi capaz de produzir. Só por isso, não temos dúvidas de que vale a pena lutar por ele.
Vivemos tempos de mudanças aceleradas, com muita incerteza e adversidades à mistura, mas que oferecem caminhos e oportunidades de desenvolvimento. Temos que agir e evoluir, determinados, de forma sustentada e convergente. Os Administradores Hospitalares, serão sempre agentes construtivos do sistema de saúde. Contem por isso com o nosso compromisso, na certeza porém de que esse compromisso será sempre exigente e nunca em prejuízo dos interesses dos nossos Associados.
Um enorme bem-haja a todos por estarem aqui connosco, a todos os parceiros que nos acompanham nos nossos projetos e que nos acompanham também nesta ideia, de que podemos ter um sistema de saúde com melhor gestão em Portugal.
Muito obrigado.
Lisboa, 29 de junho de 2022“
Pode (re)ver a Cerimónia no Canal APAH “Gestão em Saúde” no Youtube.