O cancro é uma das principais causas de morbidade e mortalidade, com aproximadamente 14 milhões de novos casos e 8 milhões de mortes em 2012, afetando populações em todos os países e todas as regiões, prevendo-se que a incidência aumente em cerca de 70% em todo o mundo em apenas duas décadas. (World Cancer Report 2014). Também segundo a International Agency for Research on Cancer (2012) o cancro é a segunda causa de morte mais frequente na União Europeia (UE), logo após as doenças cardiovasculares com uma incidência de aproximadamente 2,7 milhões de novos casos ano.
Os desafios que a gestão da doença oncológica nos coloca no presente, irão marcar profundamente a sociedade o sistema de saúde e os cidadãos do decurso das próximas décadas. Se por um lado, a sobrevivência dos doentes com cancro tem vindo a aumentar graças a múltiplos fatores, entre os quais o desenvolvimento científico, o empenho dos profissionais e o investimento em melhores estruturas e equipamentos.
Por outro, dois fatos parecem indiscutíveis para o futuro: em primeiro lugar, muito pode ainda ser feito para diagnosticar precocemente e controlar a maioria dos tipos de cancro, investigando e esclarecendo as suas causas e elaborando estratégias de prevenção eficazes. Em segundo, os custos associados ao tratamento duplicaram nos últimos 10 anos a um ritmo insustentável que urge controlar e gerir de forma eficiente, quer ao nível do seu custo eficácia, do consenso sobre a definição de “benefício clínico significativo” e dos reais resultados obtidos. O cancro é uma das doenças não transmissíveis mais importantes e dispendiosas que os sistemas de saúde enfrentam atualmente e decisões estratégicas necessitam ser tomadas e implementadas por forma a garantirem a sua sustentabilidade.